quinta-feira, 28 de maio de 2009

Contemplação



Tarde de Sábado, meu olfato se entorpece com o cheiro das nuvens que cobrem o céu como um lençol desarrumado.

Serei eu tão desconexo como meu reflexo na água?

Nada de vento, a atmosfera relaxa seu cansaço no ar denso e úmido.

Uma cadeira pra sentar as angústias, um violão para cantar as alegrias. Um cigarro para tragar os olhos pra dentro de mim mesmo.

Meus pés descalços conversam com as formigas. Minha alma se humedece com meus pés na grama.

Sorvo do ar que me cerca. Escuto cada respiração e aprendo mais sobre mim.

Os pensamentos me fogem por entre os dedos. A poesia deixa o mundo como uma foto preto e branco: parece inacabada e intensa.

As árvores me olham, discretas e curiosas, e me perguntam: o que ELA tanto contempla?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Paixões de cada dia no canteiro da (falta de) lucidez

Viver ao sabor das paixões
Dissimular as ilusões
Desabitar as pretensões

Caminhar a cada dia
Esquecer a nostalgia
Bater na porta da alegria

Colher as flores do canteiro
Sonhar com seu cheiro
Se dividir por inteiro

Desistir da sensatez
Empurrar tudo de vez
Gozar na nossa falta de lucidez