quinta-feira, 28 de maio de 2009

Contemplação



Tarde de Sábado, meu olfato se entorpece com o cheiro das nuvens que cobrem o céu como um lençol desarrumado.

Serei eu tão desconexo como meu reflexo na água?

Nada de vento, a atmosfera relaxa seu cansaço no ar denso e úmido.

Uma cadeira pra sentar as angústias, um violão para cantar as alegrias. Um cigarro para tragar os olhos pra dentro de mim mesmo.

Meus pés descalços conversam com as formigas. Minha alma se humedece com meus pés na grama.

Sorvo do ar que me cerca. Escuto cada respiração e aprendo mais sobre mim.

Os pensamentos me fogem por entre os dedos. A poesia deixa o mundo como uma foto preto e branco: parece inacabada e intensa.

As árvores me olham, discretas e curiosas, e me perguntam: o que ELA tanto contempla?

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