segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Amo tua natureza


Amo tua pele de areia da praia
Amo teu sorriso de nascer do sol
Amo teus seios de ladeira
Amo teu sexo de figo
Amo teus cabelos de brisa do mar
Amo tuas dobras de curvas de rios
Amo teus ombros de penhascos
Amo teu olhar de cachoeira
Amo tua natureza

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A dobra do teu braço



A dobra do teu braço junta teus dois mundos: aquele que tuas mãos sentem e aquele que sentes dentro de ti. É a ponte do teu corpo.

A maciez da pele contrasta com a dureza do cotovelo logo atrás.

A dobra do teu braço é onde descansa tua alma quando dormes. Dela exala teu mais simples e completo cheiro.

É onde começa teu dia. É por onde teu coração sente saudades e respira aliviado nas alegrias.

Teu suor ali começa.

É na dobra do teu braço que sinto toda a plenitude do teu ser.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mudez

Queria escrever, mas não consigo. Escrever o que sinto, como me sinto e onde me sinto. Mas as palavras não vem. Tiraram férias da minha cabeça. As idéias desconexas como voos atrasados. As frases esperando no sinal vermelho.

Interlocutoras da alma, as palavras entraram em greve. Pedem reajuste e atrasados. Decidiram não mais formar frases. Levaram com elas os pontos de exclamaçãos, os travessões e o ponto e vírgula.

As frases fugiram. Esconderam-se em algum lugar. Provavelmente numa prateleira cheia de livros. Ou então na memória de algum computador.

As idéias foram passear com a criatividade no campo de margaridas.

Como um culpado sem advogado repito: nada a declarar.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Aniversário


São 10 dos 32 anos da minha vida. Aniversário estranho, meio sem sentido. Presente nenhum, parabéns, só poucos.

Passei um terço de todo meu tempo dessa chamada vida no mesmo emprego.

E será que perdi algo?

Aeroportos, carros, estrada, caos aéreo, espera, festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal. Onde deixa a bagagem?

Raio-x do tempo, tiro os sapatos para o detector de metais e para entrar em casa na sexta-feira. Minha casa guarda minhas coisas, pagar IPTU nunca foi meu forte.

Sou um prostituto de travesseiros, não estranho nenhum. Hoteis viraram meu refúgio. Quartos diferentes, mas sempre os mesmos, com a mesma falta de personalidade e a mesma televisão pra contar histórias.

Não me aperto mais na classe econômica. Não, não viajo de executiva, mas já me acostumei a tocar o cotovelo alheio durante o sono.

Vai e vem sem destino e caótico. Dez anos se passaram. E como olhar pra trás se o avião voa tão rápido?

Minha pele cheira a saudade, meu olhar a solidão.

A vida não está na sala de espera, já pegou o vôo rumo ao descohecido. Preciso pegar o meu, o resto da história fica pro futuro.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Grito calado

Grito calado
A angústia engolida
Grito calado
A dor da ferida

Grito calado
A saudade bebida
Grito calado
A verdade adormecida

Grito calado
Teu nome
Grito calado
Que te quero
ao meu lado

E então ouves meu olhar...