quarta-feira, 31 de março de 2010

Assunto recorrente

Em salas de espero vejo o tempo passar. Por entre pessoas e poltronas vazias aguardo a hora do embarque. A vida parece ser uma grande espera e, enquanto a hora não chega, as palavras borbulham em pensamento, o tempo deixa suas marcas e as televisões falam para ninguém.

A cadeira vira o descanso pra alma, a mala o travesseiro dos pés. O microfone a voz tão esperada.

Ouvir assuntos alheios, ler jornais com o canto dos olhos. Desfocar da própria leitura pela passagem de alguém. A impiedosa espera age como um relógio de ponteiros quase sem bateria: faz o tempo passar mais devagar. E quanto mais devagar ele passa, mais marcas ele deixa.

Por causa de tanta espera decidi pelos sapatos sem cadarços , a liberdade chega mais rápido com eles.

Um comentário:

Renata de Aragão Lopes disse...

Uma pressão a menos.

Feliz Páscoa!
Beijos doces de lira!