De caneta em punho, escrevi o poema. Transcrito para o teclado, perdeu sentido. No teclado não há caligrafia, nem rabiscos, nem idéias. A impessoalidade tecnológica.
Escrever poesias á a fuga da minha prórpia crônica. Sem ironias, apenas fantasias. Sem pudor, mas com amor.
Se soubesse escrever, não teria de encontrar tempo entre todas as outras coisas que preciso fazer. É passatempo que não passa, futuro encontrando o passado, suor nas mãos no computador gelado.
Se soubesse escrever, minha caligrafia seria outra, menos mundana, menos direta. Metáforas e outras figuras figurariam nas minhas palavras, alma e coração.
Se soubesse escrever, o papel seria o objeto.
Um comentário:
"No teclado não há caligrafia,
nem rabiscos, nem idéias."
Lembrei-me de "Versos perdidos",
um dos primeiros poemas
que publiquei no Doce de Lira.
Beijo.
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